T26 Novembro 2017
Corte & costura

Júlio Magalhães

Corte & Costura
O concurso do PFN foi um ponto de partida para o início da minha marca de autor.
Beatriz Bettencourt

Com apenas 22 anos de idade, Beatriz Bettencourt é a estrela que desponta na moda em Portugal.

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s jovens designers de moda dos dias de hoje já perceberam que a sua arte também tem de ser um negócio?
Penso que cada vez mais o ensino de Moda procura consciencializar-nos de que embora esta possa ser uma arte muito própria, mais do que isso, ela é design. E como tal, para além de algo novo, tem de ser comercial. Os jovens designers já perceberam que é necessária esta aliança para que a “sua arte” seja um negócio viável.

Que importância teve na tua carreira emergente ganhares o Concurso de Jovens Criadores do PFN, Portuguese Fashion News?
O concurso do PFN na minha opinião foi um ponto de partida para o início da minha marca de autor. Foi quando senti que o meu potencial foi reconhecido e deu-me um incentivo extra para “andar com isto para a frente” e dedicar-me a 100% àquilo que mais gosto de fazer.

Podemos afirmar que o Bloom para ti é um trampolim para a passerelle do Portugal Fashion?
É sim, porque trabalho e dedico-me diariamente para tal. Mais do que um “sonho”, é um objetivo!

Pensando no teu futuro, imaginas-te a trabalhar só coleção de autor ou gostavas de também trabalhar na indústria?
Eu já tive experiência de trabalho no ramo da indústria e gosto bastante. É também desafiante, mas é claro para mim que o meu foco é a moda de autor. É a minha zona de conforto, a minha identidade, onde posso ser eu mesma…

Foram os estilistas que puseram Portugal na moda, ou foi Portugal que pôs os criadores portugueses no foco da curiosidade mundial?
Acho que funcionou em sinergia, tanto os designers com os seus conceitos e identidades, como também Portugal por ser um país pequeno mas cheio de qualidades e com a cultura que tem. A partir do momento em que as cidades portuguesas são consideradas dos melhores destinos para turismo europeu, a moda acabou por lucrar também. No entanto, é a inovação constante dos nossos designers que faz a “moda portuguesa”.

No mundo globalizado que temos, ainda faz sentido falar-se de uma moda portuguesa ou é melhor concentrarmos- nos todos na moda feita em Portugal?
Penso que na moda feita em Portugal, porque cada vez mais a moda é algo divergente. A moda surge de dentro mas o seu foco é ser expandida para fora, neste caso para o mundo. Pelo que acabamos por assistir a uma globalização da mesma. Acredito também que a cultura influencia bastante e é por isso mesmo que a moda feita em Portugal tem um cariz muito próprio, que desperta a atenção do público internacional.

Perfil

É a estrela que desponta na moda em Portugal. Venceu o concurso PFN, desfilou nas três últimas edições Bloom e tem marca própria desde 2015. Fez o curso de design de moda na ESAD, um estágio na Throttleman (com prolongamento na Decénio), e faz agora o mestrado em Marketing da Católica. Entretanto, ganha músculo no ginásio e ouve Tame Impala.

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