O Forno da Mimi & Rodízio Real forma uma dupla que é quase uma tripla: é impossível falhar uma boa refeição neste templo gastronómico da região de Viseu.
O Forno da Mimi & Rodízio Real forma uma dupla que é quase uma tripla: é impossível falhar uma boa refeição neste templo gastronómico da região de Viseu – a meio caminho entre o Porto e a Covilhã numa estrada onde a nossa indústria têxtil e vestuário continua a ter muitas unidades de relevo.
José de Arimateia é a referência bíblica que se impõe neste começo de crónica. Era por ele que eu suspirava (salvo seja) nos tempos em que demandava esta zona em busca da animação que a discoteca DayAfter sempre prometia. Salvo-conduto para uma entrada sempre muito complicada, o meu amigo Arimateia, mais maduro mas não menos activo, já não perde as noites naquela que foi a meca das discotecas da zona Centro, mas continua a superintender nos negócios que o grupo Visabeira mantém neste local.
Confesso que quando o conheci tinha mais olho para as Mimi do DayAfter do que para o Forno da dita, mas agora que a disco desapareceu, é no excelente restaurante que reparo sem distrações. Acontece que indo eu, indo eu, a caminho de Viseu, sempre transportava a dúvida sobre o local onde iria fazer o meu primeiro jantar em terras do Dão: vou ao Rodízio Real ou ao Forno da Mimi? Cumpre-me aqui anunciar que essa dúvida que metodicamente me assaltava, foi há algum tempo aprisionada pela decisão de fusão dos dois estabelecimentos.
Talvez porque era mais fácil mudar a tradicional grelha do que os ancestrais fornos de lenha, o casamento real entre o Rodízio e a Mimi acabou por assentar arraiais na casa da segunda e foi lá que eu provei as feijocas, as minipataniscas de bacalhau e os torresmos da Beira.
Enterradas as entradas, tive o topete de pedir uma caipirinha, assim como quem tenta saber se o casamento está a correr bem. Estava!
Tranquilizado com esta prova de vida, avancei resoluto para o cabrito na grelha de carvão, que a mim, quando me apanho nesta região, nunca perdoo esta singular forma de curtir o cabrito.
Cabrito assado há muito quem o faça, depressa e bem. Cabrito na grelha, para além do Martelo, em Silgueiros, que eu ainda conheci na versão inicial (mas que depois da mudança para novas instalações, não resistiu ao embate dos novos tempos e já faleceu), do anterior Feirante, de Mundão e deste Forno da Mimi, é que há pouco quem.
Desta vez, porque o restaurante é duplo, mas o meu estômago continua single, não lancei uma OPA sobre as variadíssimas propostas carnívoras do rodízio, mas enquanto esbardalhava um magnífico queijo Serra da Estrela, fui verificando pelo rabo do olho que a evolução do carrossel de carnes do rodízio se mantém, mais do que real, imperial! Sendo sempre um plano B perfeito, para quem não morre de amores pelo cabrito, como é o caso do nosso insubstituível Jorge Fiel.
Estrada Nacional 2
Vermum, Campos
3510-152 Viseu