Na Camposa sentimo-nos como em casa, e por isso, o último a sair é quem normalmente apaga a luz.
A Quinta da Camposa, entre a Maia e Santo Tirso, tem tudo o que esperamos de uma boa casa no campo, a começar pela comida, boa e saudável.
Ao contrário do Cafeína na Foz, a Quinta da Camposa não é o tipo de restaurante onde a ex-presidente brasileira, Dilma Roussef, subitamente decidisse ir comer um bacalhau a meio de uma escala no Porto.
Não é que lá não encontrasse um bacalhau à maneira, mas primeiro que a sua segurança desse luz verde a uma deslocação ao descampado da Camposa, já o avião tinha descolado há muito.
Para as outras pessoas, que não são presidentes do Brasil, nem de lado nenhum, o que lhes interessa saber é o que é que preside à mesa de um restaurante destes.
Acontece que há restaurantes assim, em que pela pinta dele já sabemos que vamos comer bem, mesmo sem saber o quê. Saltam então para a ribalta as questões que são menores noutros espaços, como a segurança.
Sempre que quero ir jantar a ver o FCP a jogar fora, preciso de escolher um sítio em que o possa fazer em total segurança – por causa de mim e dos outros convivas -, o meu
amigo de longa data Luciano, o senhor feudal da Camposa, descansa-me: podem vir à vontade que na vossa sala só tenho mais uma mesa de oito, mas são todos portistas.
Equipas alinhadas, o pontapé de saída é dado a meias num salpicão e num presunto que são do fumeiro particular do Luciano.
Lá está outra das vantagens de ter um restaurante no campo.
Galinhas e porcos, grelos e nabiças, pataniscas e alheiras, vitelas e lampreias ou nasceram lá, ou foram para lá viver e em qualquer caso é lá que morrem, às mãos do Luciano ou na nossa mesa.
Na Camposa, as entradas não se escolhem, comem-se. São tantas e tão variadas, que a dificuldade é usar da contenção necessária em função do que vem a seguir. Sendo que depois do prato de resistência ainda vem mais uma procissão de sobremesas. Santo Deus!
Devo dizer que já lá participei em vários “focus group” e os resultados eleitorais, não são como os da Rússia , em que ganha sempre o mesmo. Em tempos mais remotos ganhavam o cabritinho e a vitelinha, assados num forno que dá gosto vê-lo a trabalhar. Aliás é de lá que sai também o arroz, com que se acompanha o que desejarmos.
No último jogo que lá fui ver e que o FCP ganhou sem espinhas, quem triunfou à mesa também não tinha ossos: um rosbife que se cortava com um garfo e uma posta mirandesa de cortar a respiração.
Muitos de nós só recuperam o ar e a fala depois de o FCP marcar um golo, quando já com a posta fora de jogo, há muito chegamos aos finalmentes com uns mini pastelinhos de Belém, que o Luciano não exporta da ementa, nem que todos os santos lhe peçam.
Na Camposa sentimo-nos como em casa, e por isso, o último a sair é quem normalmente apaga a luz.
Rua Central da Camposa 1409
4425-322 Maia