"O bacalhau da Julinha é antes de mais um bacalhau à moda de Braga. Só quando ele aterra na mesa confinado numa travessa à medida, imponente, ainda que quase tímido, meio escondido na cebola e na batata, é que nós percebemos que nunca comemos outro igual", revela Manuel Serrão
Roubei este título ao meu amigo e ilustre colaborador do T, José Augusto Moreira . Foi ele que numa anterior visita a este restaurante de referência da Trofa destacou esta ideia na crónica que então escreveu para a Revista Fugas do jornal Público. O José Augusto é uma raposa velha do jornalismo dos prazeres e dos sabores portugueses e por isso também lhe fui roubar com a vénia devida esta subtil esperteza de falar de um bacalhau especial sem ter que dizer que é o melhor que já comeu.
Se repararmos bem (e na minha recente visita foi exactamente o que senti ) escrever que não há bacalhau como o da Julinha o que isso quer dizer é que a Julinha tem um bacalhau diferente de todos os outros. Em bom rigor até podia ser diferente por ser pior, ou diferente para melhor, mas na verdade é por fazer a diferença que o destaque chegou ao título.
Aliás são os próprios anfitriões que com uma humildade notável se apressam a dizer que o bacalhau da Julinha é antes de mais um bacalhau à moda de Braga.
Dr. Avelino Moreira Padrão 1771
4785-605 Bougado Santiago – Trofa