Um bocadinho farta de um mundo em que as aparências iludem (ou as iludências aparudem como diria Dupont, em resposta a Dupond, nas aventuras do Tintin), em que já nada é o que aparenta ser, Katty resolveu desabafar. “É incrível como nos deixamos iludir”, confessa - e mostra-nos como gostaria de vestir (ou, se preferimos, despir) Trump, Putin, Maduro e Kim Jon-un
O desrespeito por nós próprios na sociedade atual é gigantesco. Tenho de admitir, que alguma coisa quebrou, avariou ou simplesmente foi sempre disfuncional e eu não tinha sequer reparado. A sociedade de modo geral – o que felizmente ainda não quer dizer global, mas simplesmente abrangente… – esqueceu o conceito de se ser autêntico, deixando que o “parecer autêntico” tomasse o seu lugar.
A verdade já não é o mais importante, o que conta é ser mais apelativo parecendo verdadeiro. Já nada é, mas aparenta ser; medicamentos, desportistas, rostos, corpos, comida, notícias, política, tudo conta uma história distorcida dos factos, mas mais fascinante, usando com sorte, uma pequena ponta de algo genuíno. É incrível como nos deixamos iludir, como gostamos de ser iludidos!
O músculo vivo da sociedade é o ser humano, mas este músculo envolveu-se num treino movido pela raiva, pelo confronto, pela violência, pelo ódio e pela necessidade de ser o mais forte. Desembocando num comportamento altamente autodestrutivo. Este músculo esqueceu o seu verdadeiro objetivo; construir e assim evoluir.
O ser humano olvidou o verdadeiro significado da fé, confundindo-a muitas vezes com esperança. Deixou de ter fé, porque necessita de “ver para crer” e a fé fundamenta-se exatamente no oposto desta premissa. Contudo limitou a sua ação de ver, não observou, limitou-se muitas vezes a ver e acreditar, sem questionar a veracidade dos factos.
Os nossos líderes aproveitam; este vício do ser humano pelas histórias bem aditivadas e sedutoras; este músculo verdadeiramente flácido e a falta de fé da sociedade na sociedade. Impondo uma visão umbiguista (centrada no próprio umbigo).
Hoje dedico esta minha rubrica ao desabafo e deixo-vos um cheirinho de como gostaria de vestir alguns líderes mundiais.
Como David Foster Wallace escreveu; … A pessoa torna-se um cidadão do nada… Nesse caso, a pessoa não passa de um escravo que julga ser livre. A escravidão mais patética…